Nos últimos anos, as tecnologias avançadas de projeto foram amplamente adotadas no Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP) no Brasil. Dois enfoques populares são o CAD (Computer-Aided Design) e o BIM (Building Information Modeling). O objetivo principal dessas tecnologias é garantir a segurança das edificações. Porém, suas metodologias e funcionalidades são diferentes. Neste artigo, vamos explorar as diferenças entre os projetos de incêndio realizados em CAD e BIM no Brasil, examinar suas características distintas, o processo de aprovação nos órgãos de análise e os impactos na eficiência e precisão do projeto.
O que vamos abordar neste artigo:
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Na indústria de projeto e construção, o CAD é uma tecnologia amplamente utilizada. Com sua interface bidimensional, permite a criação de desenhos técnicos detalhados em 2D. No que se refere a projetos de incêndio, empregamos o CAD no desenvolvimento de plantas baixas, diagramas de evacuação, layout de sistemas de alarme e outros elementos essenciais. No entanto, devido à sua natureza bidimensional, o CAD apresentar algumas limitações quando representa informações tridimensionais e coordena diferentes disciplinas de projeto.
Por outro lado, o BIM representa uma abordagem mais avançada, permitindo a criação de modelos virtuais precisos de edificações. Esses modelos tridimensionais são inteligentes, contendo informações detalhadas sobre os elementos da construção, como paredes, pisos, sistemas de tubulação e sistemas de combate a incêndio. Ao desenvolver projetos de incêndio usando o BIM, é possível simular cenários de incêndio, analisar rotas de fuga e realizar outras atividades. Além disso, o BIM facilita a colaboração entre equipes de projeto e a detecção de interferências entre disciplinas.
O Corpo de Bombeiros no Brasil geralmente realiza análises com base em desenhos e documentações em formato CAD. Embora o CAD seja útil para representar informações em formato bidimensional, suas capacidades são limitadas quando se trata de análises complexas de projetos de incêndio. Ao submeter um projeto de incêndio ao Corpo de Bombeiros, é comum a necessidade de apresentar as informações em formato CAD, mesmo que o projeto tenha sido desenvolvido em BIM. Isso ocorre porque muitos órgãos e profissionais ainda não adotaram plenamente o uso do BIM em suas práticas diárias.
Portanto, ao converter as informações do modelo BIM para o formato CAD, o projetista busca atender às exigências e padrões estabelecidos pelos órgãos reguladores, facilitando o processo de aprovação do projeto. À medida que o BIM se torna mais amplamente adotado e compreendido pelos órgãos reguladores, espera-se que a necessidade de converter projetos para o formato CAD diminua. Com isso, o uso do modelo BIM permitirá uma análise mais abrangente e detalhada, reduzindo potenciais atrasos e aumentando a eficiência do processo de aprovação de projetos de incêndio.
Tanto o CAD quanto o BIM desempenham papéis fundamentais em projetos de incêndio, mas apresentam diferenças significativas. Vamos explorar essas diferenças em detalhes:
Em termos de colaboração e integração, o BIM se destaca. Ele promove uma colaboração mais ampla e uma integração eficiente entre as disciplinas envolvidas. Isso é possível devido ao compartilhamento de informações em tempo real e à identificação rápida de conflitos. Por outro lado, o CAD é mais limitado nesse aspecto, com cada disciplina trabalhando em arquivos independentes.
No que diz respeito a análises e simulações, o BIM oferece recursos avançados. Ele permite realizar análises sofisticadas, como simulações virtuais de incêndio, levando em consideração características do fogo, propagação do calor, rotas de fuga e comportamento estrutural do edifício. Essas simulações são essenciais para avaliar o desempenho do projeto em situações de incêndio. O CAD não possui essas capacidades avançadas de análise e simulação.
Quanto à atualização e coordenação de mudanças, o BIM se destaca novamente. Ele facilita a atualização e coordenação ao longo do ciclo de vida do projeto, refletindo automaticamente as alterações em todos os documentos relacionados. Isso é crucial para ajustes nas medidas de segurança contra incêndio. Por outro lado, o CAD requer um esforço manual para atualizar e coordenar as mudanças em todos os documentos.
No aspecto de visualização e comunicação, o CAD oferece uma representação gráfica mais tradicional. Porém, o BIM permite uma visualização mais realista do projeto, proporcionando uma melhor compreensão das medidas de segurança em projetos de incêndio. Além disso, a capacidade visual avançada do BIM contribui para uma comunicação mais eficaz entre as partes interessadas.
Em resumo, o BIM supera o CAD em termos de colaboração, análise, atualização e visualização. Essas diferenças destacam a importância do BIM no desenvolvimento de projetos de incêndio, oferecendo maior eficiência e precisão na garantia da segurança das edificações.
A Porto Bello Engenharia reconhece que investir em um projeto de prevenção de incêndio, utilizando a metodologia BIM, assegura a segurança das edificações e oferece vantagens significativas. Essas vantagens incluem a simulação de cenários de incêndio, a análise de rotas de fuga, a colaboração entre as equipes de projeto, a detecção de interferências e uma melhor compreensão das medidas de segurança.
Embora o CAD ainda seja amplamente utilizado e exigido por órgãos reguladores, é evidente que a tendência é que o uso direto do BIM se torne mais comum. Isso proporcionará uma análise mais detalhada e eficiente dos projetos de incêndio, garantindo um nível mais elevado de segurança e precisão.
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